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7 de março, 2023

Em João Pessoa, apenas metade da população tem o hábito de ir ao dentista

Dentista alerta que doenças bucais têm sido mascaradas

Na capital paraibana, que possui mais de 800 mil habitantes, a última Pesquisa Nacional de Saúde (2019) realizada pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que pouco mais da metade da população (466 mil) costuma ir ao dentista no período de um ano.

Dado preocupante, uma vez que nem todos os sintomas relacionados a doenças bucais acontecem apenas na boca. O cirurgião dentista Alfredo Alemán Neto, da clínica Atelier Dental, explica que estalos no maxilar, percepção da mandíbula travando, dificuldades de mastigação ou para abrir a boca são alertas fáceis de se identificar como questões associadas à saúde bucal. Porém, existem outros sintomas que parecem não ter relação, mas que exigem cuidado.

“Na maior parte das vezes, é durante a consulta com o dentista que o paciente descobre que pode ter algum problema de articulação na mandíbula e, assim, passa a investigar”, conta Dr. Alfredo Neto. O dentista explica, ainda, que “dores de cabeça recorrentes, dores ou sensação de ouvido entupido, dores no pescoço, nos ombros, e até mesmo flacidez nos músculos da face podem estar atrelados à chamada Disfunção Temporomandibular (DTM), que prejudica as funções do sistema estomatognático que é responsável pela mastigação, deglutição e fonética”, explica.

O dentista reforça que a DTM é uma das doenças que mais atingem os brasileiros, e pouco tem sido discutida com a população. “Sem o devido conhecimento, esse paciente que sente dores constantes de ouvido ou fortes cefaléias, por exemplo, recorre ao uso de remédios que aliviam momentaneamente, ao invés de buscar a raiz do problema, que, na maioria das vezes, ele não percebe como enfermidade bucal ou articular”, diz.

Segundo o Dr. Alfredo Neto, normalmente, o diagnóstico da DTM é clínico, mas exames complementares como radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassom auxiliam a mapear a complexidade e o tratamento de cada paciente.

“Quando há o diagnóstico precoce, há junto uma melhor qualidade de vida ao paciente, que não sofrerá tantos danos nos processos de mastigação e de fala. Por isso, é tão importante que as pessoas tenham o seu dentista de confiança e que além disso, realizem os check-ups preventivos semestrais”, afirma.

Causas da DTM
Não existe um consenso sobre as causas reais para o desenvolvimento da DTM, entretanto, pesquisas sugerem que traumas, predisposição genética e até depressão e estresse estejam relacionadas à disfunção.

Associado a isto, temos ainda a presença de determinados hábitos capazes de aumentar o risco do desenvolvimento desta disfunção, tais como:

  • Apertar os dentes durante o dia ou à noite.
  • Apoiar a mão na mandíbula com frequência.
  • Roer as unhas e mascar chiclete.
  • Hábitos como morder os lábios, bochechas e pontas de caneta.
  • Distúrbios do sono e dificuldade de dormir.
  • Bruxismo (atrição dental involuntária).

Assista abaixo a entrevista feita com o Dr. Alfredo Alemán Neto sobre esses assuntos ocorrida no dia 05 de fevereiro de 2023 no programa Paraíba Comunidade da Tv Cabo Branco, afiliada da Rede Globo de Televisão no estado.

Texto: Taynara Aires